Desde há uns tempos que sinto que vou a casa fazer uma visita ver os outros que lá moram e tudo a correr, porque o tempo está contado para voltar para o trabalho, onde passo a maior parte do tempo com as pálpebras abertas. Estar longas horas num sitio quando quero e preciso de estar mais tempo em casa com a família com aqueles que verdadeiramente me importam é algo que está definitivamente a mexer comigo. Para eles passo sempre de fugida porque o trânsito e as obrigações profissionais me obrigam a estar longas horas por dia amarrada a uma cadeira seja do carro seja da secretária.
Estou cansada, exausta de tentar estar em todo o lado em simultâneo e cumprir com tudo o que tenho para cumprir.
Eu até sou a favor da independencia financeira adquirida pelas mulheres quando lhes foi dada a oportunidade de trabalharem fora de casa, mais as realizações profissionais adjacentes, mas sinto-me ao mesmo tempo presa numa armadilha de não conseguir dar conta nem da vida profissional nem da vida pessoal.
Porque a verdade é que é verdadeiramente alucinante o ritmo imposto.
Existem leis que foram criadas para contrabalançar um bocado as coisas, como por exemplo a que permite ajustes nos horários de trabalho ou acompanhamento de filhos, mas estas leis não são na realidade cumpridas por um grande número de empresas e são vistas não como um direito do funcionário, mas antes como uma benesse do empregador.
Sim, hoje estou mesmo a queixar-me e a lamentar a minha sorte e a de milhares de outras pessoas que se sentem tão insatisfeitas quanto eu.
Ando a pensar como vou dar a volta a isto e um destes dias a coisa vai mudar, ai vai vai.
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