Quando ontem a Sra minha mãe me perguntou quais os meus projetos para 2015? A minha resposta não podia ter sido mais desconcertante para ela, claro. Não tenho planos, não gosto de os fazer. Do outro lado da linha, a surpresa deve ter sido grande: não gostas de fazer planos? Não, faz-me confusão. Eu gosto de viver um dia de cada vez. Ah estás com uma filosofia de vida diferente. Como é que consegues?
Eu não gosto de fazer projectos a longo prazo, eu não tomo grandes resoluções de inicio de ano, eu gosto cada vez mais daquela frase: a cada dia basta o seu cuidado. Eu agradeço todas as graças e coisas boas que vou recebendo todos os dias, mas planificação não é comigo. Explicando-me melhor: claro que eu vou planeando as coisas do dia-a-dia para uma semana, ou seja, pequenos objetivos que vou tentando cumprir, mas nada em grande, nada para meses. Não encaro o novo ano como 365 folhas em branco, encaro cada dia como um novo amanhecer repleto de oportunidades que devem e têm de ser vividas naquele dia, ou naquele momento.
Aprendi talvez que o mais importante é viver o momento presente: o que aconteceu ontem já passou e pode, quando muito tornar-se uma boa memória no registo dos dias. O futuro é incerto e desconhecido. O importante é utilizar bem o que cada dia nos reserva.
Querem um exemplo prático: se eu me atrasar 25 minutos a chegar ao emprego pela manhã, vou ter de os compensar à tarde e esses 25 minutos que fiquei retida no trânsito já me vão alterar alguns planos do dia. A minha programação de hoje já está comprometida em 25 minutos e eu já tive de recolocar e até mesmo adiar algumas coisas para amanhã, estão a ver? Rapidamente a agenda pode mudar e os planos tão bem delineados foram-se. Agora extrapolem para os 365 dias do ano e imaginem lá.
Outro motivo, quanto mais planos faço mais coisas parecem acontecer para os empatar, atrasar, ou mesmo fazer com que tudo descarrile e saia fora dos eixos.
O que eu gosto mesmo? De ser surpreendida a cada dia com as pequenas coisas boas que acontecem e chegar ao final do ano e soma-las a todas e compreender que apesar de tudo o ano correu muito bem e que venham muitos mais assim.
Estar atenta ao que de bom vai acontecendo em cada dia, fazer um registo diário (mental por exemplo), agradecer esses bons momentos parece-me ser o melhor plano que posso fazer com honestidade para comigo mesma.
Tenham um excelente 2015 com ou sem planos
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