terça-feira, 26 de novembro de 2013

Como falar de dinheiro: uma questão de tom



Quando se trata de falar de dinheiro, mandam as boas regras que este assunto seja abordado de uma forma discreta e quanto menos ostentação melhor. 

O que eu acabei de dizer não é praticado por um grande número de pessoas que se lerem a afirmação anterior vão chamar-me bota de elástico. Hoje em dia fala-se de dinheiro, ostenta-se tudo o que ele pode comprar sem grande contenção. Ou por outro lado lamuria-se pelos cantos a ausência do mesmo na carteira. Sim são outros tempos, mas as boas maneiras são intemporais meus caros.

Tudo isto vem a propósito do quê? Há relativamente pouco tempo tive de pedir um orçamento para um tratamento que me estava a ser proposto. Ao ouvir a descrição do mesmo comecei a calcular que não poderia arriscar a tomar uma decisão sem saber o valor. Tudo normal até aqui. A resposta da minha interlocutora é que foi bem tola.

- Sorriso desdenhoso acompanhado da seguinte tirada: Ah preços! dinheiro é o que menos me preocupa aqui.

Como?!? Say it again! 

A minha resposta foi: sim a si deve ser o que menos lhe importa agora a mim que o vou dispender importa-me e muito, por isso faça as contas e dê-me o orçamento por favor. 

Claro que a senhora percebeu que tinha tido uma tirada bastante infeliz pegou na máquina e apresentou o valor.

O valor era exorbitante e eu negociei-o até chegar ao montante que eu pretendia gastar e que era muito menos.

Conclusão: ao falar de dinheiro, principalmente se estamos na posição desta senhora que o ia receber e não gastar ficará bem não ter saídas destas, porque tal como eu, a maioria das pessoas vai pensar: sim sim a ti não te faz diferença nenhuma porque és tu que o vais receber. Estás a ver se me metes a mão na carteira estás. 

Se estiverem no lugar do consumidor têm duas hipoteses: se tiverem para gastar façam-no sem grande alarde ou se como eu tiverem disponivel um valor inferior negoceiem mas sem lamurias nem queixumes do género: ai que horror é tão caro, ai que este mês de não me dá jeito nenhum, ai que me cortaram no vencimento...

Ninguém  tem nada a haver com as vossas finanças sejam elas folgadas ou mais à justa é esta a lição




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