Todos nós temos as nossas doses de traições sejam amorosas ou profissionais acontece mesmo que a pessoa se meta na sua vida e não ande à procura de problemas, volta não volta aparecem-nos pelo caminho uns lobos com pele de cordeiro, que acabam por espetar-nos a faca nas costas.
Lembro-me que a primeira vez que passei por isto a desilusão foi tremenda porque a pessoa em questão esteve muito próxima de mim durante anos. O certo é que a primeira vez que eu tive algo que ela queria mostrou o seu lado negro e atacou-me de forma baixa e vil e deu-me uma trabalheira enorme voltar a colocar tudo nos eixos. Fiquei a ganhar, mas criei uma carapaça (tão dura como a das tartarugas) e aprendi a confiar nos outros não de forma cega, mas com ponderação e tendo sempre em atenção que a oportunidade faz o ladrão. Já voltei a passar por outras situações sobretudo a nível profissional e posso dizer que todas estas más experiências acabaram por se revelar grandes aprendizagens. Passa-se sempre por um período que eu designo por travessia do deserto, porque o caminho se torna árido, dificil, porque nem sempre é fácil vislumbrar um lado mais positivo para o que acabou de acontecer. A perda de confiança naquela pessoa em concreto acaba por se alargar muitas vezes a outras e começa-se a olhar por cima do ombro e a imaginar onde se esconde o próximo inimigo.
Só com o tempo e o distanciamento dos acontecimentos vamos vislumbrando as oportunidades que nos apareceram, ajudas que fomos recebendo e aí conseguimos entender que o mal que nos foi feito teve contrapartidas positivas.
Se quem nos tramou se mantém na nossa vida por força das circunstâncias aprendemos a lidar com ele e a evitar que nos volte a espetar a faca nas costas.
É bem verdade que aprendemos mais com as dificuldades porque nos obrigam a sair da nossa zona de conforto e a testar os nossos limites.
Aquilo que não se deve fazer é deixar-se destruir ou por outro lado entrar em processos de vingança. Ninguém merece que nos percamos e a justiça tarda mas não falha.
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