quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Porque é que se faz tanto alarde por causa da amamentação?




É coisa que não entendo. 

Na segunda metade século XX e neste inicio do século XXI tem se vindo a assistir a debates acesos sobre este tema. De um lado os defensores acérrimos do aleitamento materno, do outro os que defendem o direito da mulher a não amamentar e as industrias dos leites adaptados a impingirem esse tipo de alimentação e no meio de tudo isto as desgraçadas das mães que com tanta informação e pressão social acabam perdidas, muitas deprimidas, muitas revoltadas. O que deveria ser um acto perfeitamente normal deixou de o ser para um elevado número de mulheres.

Umas amamentam para além do limite do razoável outras não querem sequer pensar nisso por mais de 2/3 meses e digladiam-se em praça pública por isso. 

Eu tenho uma experiência pessoal diferente da maioria das minhas amigas e conhecidas. Devido ao parto complicado que tive o meu organismo activou as suas defesas para sobreviver e não produziu o leite necessário para alimentar o meu filho. Foi uma resposta biológica ponto. Eu entendi isso, um ou outro profissional no hospital entenderam isso, mas a maioria não. Como tive de estar internada mais dias do que é usual eu e o meu filho passamos um mau bocado, tudo porque me queriam quase obrigar a inventar leite para dar ao bebé. Foram dias complicados, eu sentia-me mal porque queria alimentar o meu filho como é suposto e não conseguia, os profissionais que deviam ajudar martirizavam-me a cabeça que eu tinha de insistir, que tinha de ter paciência, que o leite ia subir. E o meu filho que tinha nascido pequenino e magrinho a chorar com fome. O que vale é que quando cheguei a casa tive liberdade para fazer o que entendi: confirmei que o leite por mim produzido era tão escasso que não dava para nada (durante 24 horas eu produzia o equivalente a uma mamada, imaginem a fome que o miudo passou) e arranjei leite adaptado. Hoje tenho um filho saudável e forte (lagarto, lagarto, lagarto).

Conclusões: 

Hospitais que se dizem amigos do bebé lembrem-se que é muito lindo ostentar esse título, mas se  pelo meio  algo correr mal à mãe e o bendito do leite não aparecer, estar a dar cabo da psique da mãe e trata-la como uma mera fornecedora de leite faz de vocês maus prestadores de cuidados neo-natais.

Futuras mães no geral tenham juízo, pensem pela vossa cabecinha e o que decidirem fazer só a vocês ao vosso filho e ao pai dizem respeito. Todos vão ter uma opinião é sempre assim por isso não vale a pena tentar cumprir cegamente umas quantas regras que ninguém sabe bem quem se lembrou de inventar ou martirizar-se por não atingir os parametros em vigor.

Às que não sabem muito bem o que fazer posso dizer-vos que é lógico e natural amamentar, faz bem ao bebé e à mãe, é económico, o leite está sempre à temperatura certa, não têm de sair da cama quentinha em pleno inverno apanhar frio na cozinha a aquecer o biberão. Posto isto também vos digo que se nos primeiros três meses sentem que passam o tempo com as mamas de fora,  não vos apetece faze-lo, não se sentem lindas e maravilhosas porque um dos vossos melhores atributos está alterado e muitas vezes com um aspecto pouco atraente, que qerem as mamas de volta só para vocês, se sentem alividas porque o leite secou tudo isso é perfeitamente normal e saudável e não é por isso que são piores mães que as outras que amamentam até aos 5 anos.

Aos fundamentalistas da amamentação materna: minhas caras e meus caros é tudo muito lindo na teoria, mas assentem os pés na terra porque a vida real e a prática são bem diferentes do que vem nos livros. Não há nada de errado nas crianças que são exclusivamente amamentadas a leites adaptados, nem as mães que optam por não amamentar desde cedo são piores mães por isso.



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