quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Poema à Deusa do Outono

Encontrei casualmente este poema Carga da Deusa do Outono no blogue Ao Pé do Fogão e gostei tanto que decidi partilha-lo.
Carga da Deusa do Outono
Eu Sou a lua decrescente,
a Deusa que se despede da terra.

Na Primavera, procurei o meu Senhor,
e com ele me deitei sob as árvores e as estrelas.

Em Beltane, casei com o meu Senhor,
debaixo dos primeiros ramos das acácias.

E no verão, fiz amadurecer as maçãs nos pomares,
e os frutos cresceram redondos e fortes, como a semente no meu ventre.

Aquando da colheita do trigo,
eu abati o meu Senhor
para que, pela sua morte, o nosso povo possa ser alimentado.

E atualmente, em Outono,
desço para o reino de baixo,
para residir com o meu Senhor no seu sombrio reino,
até que a nossa criança nasça.

No Solstício de Inverno, porei ao mundo a criança
e reviverei a vossa esperança.

E em Imbolc estarei eu mesma de regresso,
para renovar a terra.

Deixo-os, mas retornarei para vocês.

Quando virem o meu poder diminuir,
e as folhas das árvores caírem;

Quando a neve apagar, como a morte,
qualquer vestígio de mim sobre a Terra.

Então procurem-me na Lua,
e lá nos céus vereis a minha alma,
elevar-se devagar entre as estrelas.

E neste sombrio período,
quando a Lua está coberta pelas sombras.

E que não há nenhum vestígio de mim no Céu ou sobre Terra;

Quando olharem para fora
e que as vossas vidas pareçam frias, sombrias e estéreis;

Não permitem que o desespero corroa os vossos corações.

Porque quando estou escondida,
apenas estou a renovar-me;
Quando declino,
preparo-me para retornar.

Recordam a minha promessa e olhem no vosso interior,
pois lá, encontrará o meu espírito, aguardando aqueles que me procuram;

Porque perto da fonte do vosso ser,
eu sempre espero por vós.

Tripla eu sou;
Uma em Três;
O meu corpo a Terra,
a minha alma a Lua,
e no interior do teu Ser mais profundo,
o espírito eterno, 
o meu.
©Vivianne Crowley, traduzido e livremente adaptado por Brydea

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