quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Praxes Académicas




Começo este post por dizer que quando fui caloira, não aceitei a praxe e abandonei a sala onde nos encontravamos depois de terem peguntado quem não queria continuar a ser praxado. Se foi dificil? Foi, porque ser a unica no meio de quase 100 caloiros a sair com todos os olhos colados em nós não é "pêra doce", mas tive de o fazer. Primeiro porque fui criada segundo principios de igualdade e de justiça que não se coadunavam com aquelas humilhações a que tinha sido sujeita uma manhã inteira. Segundo porque esses actos foram praticados na sua maioria por pessoas que se queriam por um lado vingar das humilhações que outros tinham cometido contra elas, por outro porque se queriam vangloriar do poder que tinham alcançado entretanto. O que eu pensei foi: desculpem lá mas eu não sou bode expiatório das vossas vingançazinhas pessoais das quais eu não tenho culpa nenhuma. 

Querem saber o que aconteceu depois? Fiz amigos integrei-me como qualquer outra pessoa, fui respeitada e era escolhida muitas vezes para ser porta-voz junto dos professores ou da direção da faculdade.

Como veêm não fui ostracizada nem me tornei numa pária da sociedade, só porque me levantei da cadeira e saí da sala naquela manhã.

Se com o meu testemunho e o texto aqui transcrito  puder ajudar uma pessoa a assumir as suas convições dou-me por feliz.

Deixo-vos aqui um excelente texto sobre estas questões escrito por Daniel Oliveira no Jornal Expresso

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