segunda-feira, 9 de junho de 2014

Algumas considerações sobre elasticidade moral

Ontem quando passei os olhos por um daqueles programas de entretenimento de Domingo à tarde e ao ver aquelas bailarinas semi-nuas com corpos que deviam estar bem tapados e olhando para a assistência que via o dito programa dei por mim a pensar que aquelas mesmas senhoras que assistiam com a maior naturalidade a tais espectáculos são as mesmas que ainda há alguns anos atrás criticariam e muito quem andasse naqueles preparos e que hoje aceitam que filhas e netas e demais assim se vistam e em alguns casos extremos elas próprias tentem adotar visuais mais modernos apesar de parecerem absolutamente ridiculas. 

 

É triste constatar, mas a sociedade actual parece padecer de um mal bastante grave: a elasticidade moral, a falta de noção e de decencia. Tudo é aceite como normal, miudas de 8, 10 e 14 anos vestem-se, ou melhor dizendo despem-se como os seus idolos, mães que também vão na onda e copiam visuais de garotas de 20 anos apesar de estarem totalmente desajustadas. Senhoras com idade de terem juizo alinham também nas modas. 

Se por esta altura estão a pensar que eu sou careta, podem faze-lo, mas acreditem que ter a noção do seu corpo, da sua idade e de que aquilo que se veste transmite ao outro uma determinada ideia, é hoje uma mais valia e se isso faz da pessoa careta então digo-vos que prefiro ser apelidada de careta do que embarcar juntamente com o gado.  

Se bem que eu não posso ser considerada careta quando uma das minhas musas inspiradoras é Dita Von Teese a melhor dançarina de burlesco da atualidade, mas que sabe onde se deve despir e onde deve andar vestida e é por isso que eu adoro o seu estilo irrepreensivel, mesmo em lingerie ou semi-nua e é essa a grande diferença: ser única ou ser mais uma macaca de imitação baratucha.

Ainda me lembro de ouvir criticar quem usava mini-saias ou quem usava decotes. Aliás tornou-se célebre a tirada de um docente num exame de faculdade a uma aluna que usava um decote mais generoso: "espero que a sua inteligência seja tão profunda como o seu decote". Não sei se o dito professor ainda lecciona e se o faz como é que lida com os shorties e micro-saias e decotes até ao umbigo.

Por isso é com algum sentimento de esperança que vejo as tendências a procurarem regressar a outros cortes e modelos mais discretos e de sensualidade feminina subtil, porque continua a ser verdade que verdadeira sensualidade está mais naquilo que não se mostra - criando uma aura de mistério que tanto agrada ao sexo masculino - do que aquilo em que tudo se expõe.

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