quarta-feira, 20 de maio de 2015

A beleza real ou uma nova imposição dos ditames de alguns grupos

Se vocês soubessem como me aborrecem estes rótulos da moda, nem queiram saber. Tirando os rótulos das embalagens que nos dão imenso jeito para saber o que estamos a comprar/usar o hábito de tudo rotular com expressões que depois são usadas como chavões e aplicadas a troco de coisa nenhuma é mais uma daquelas coisas que eu dispensava e riscava. 

Está bom de ver que no dia a dia eu nem penso em nada disto porque graças a Deus tenho muito com que me entreter mas volta e meia lá leio um texto de opnião ou uma noticia e fico com aquela expressão a pairar-me na cabeça. 


Este termo Beleza Real é daqueles que anda por aí na boca de meio mundo, que pelos vistos não deve ter muito com o que se entreter e que se calhar por isso tem de inventar o que fazer. Podia dar-lhes para fazer crochet, malhas, tapetes de arraiolos ou bordado, mas deu-lhes para reclamarem das magras e das jeitosas deste mundo alegando que essas não são a denominada beleza real. Ai não? Então são quê? Beleza alienigena? Sabem o que quer dizer real? É algo que existe então se as cachopas existem não são reais? 

Se querem dizer que algumas delas quando aparecem nas revistas estão "photoshopadas" e que por  isso é que não é real. Senhoras são imagens, é papel ou televisão ou computador claro que não é real. 

Ao vivo, isto é, na realidade as ditas cachopas são assim tão jeitosas, lindas e maravilhosas? Se são bom para elas, mas se não são tanto faz.

Implicar com pessoas que gostam de tratar de si, que gostam de ser magras e que fazem por se manter magras, é a mesma coisa que implicar com os gordos. Ou não percebem isso? Ai é muito feio chamar gordo a um gordo, mas perseguir uma pessoa por que é magra já não faz mal e é muito bonito. Tenham a santa paciência. Se não podem ou não querem ser magras é lá com vocês, agora andar a importunar e a entupir redes sociais, obrigar marcas a retirar ou reformular campanhas só porque há pessoas que não sabem lidar com a sua própria existência é um exagero. 

Pubicações com as mulheres mais belas do planeta existem desde o século XIX (estou a pensar na Vogue entre outras) e porquê? Porque é uma forma de nos mostrar o belo, o lado feliz da vida, com o intuito de nos dizer que também podemos se não alcançar, pelo menos apreciar essa beleza. Em vez de serem contos de fadas são revistas, mas sabemos que são um universo de fantasia, não faz mal se não o atingimos porque basta apreciarmos, como quem olha para um quadro ou ouve uma composição musical. Mas também com uma vertente educativa, ensinar uma mulher a vestir-se, a comportar-se, modelos de beleza a serem copiados, etc. 

Por isso quando leio estas notícias, quando percebo que já não se sabe apreciar o belo, quando nos querem impôr padrões de baixo nível, quando a lei do menor esforço tenta impôr-se só posso ficar desapontada e questionar-me o que se segue? Será que ninguém entende que não é sendo desmazelado ou preguiçoso que se chega a algum lado na vida e que sim temos o dever de ser exigentes connosco e que devemos procurar manter expectativas elevadas. Não me interpretem mal, eu não acho que tenhamos todos de ser magros ou lindissimos, mas há um minimo e se até esse minimo o querem mandar às urtigas qualquer dia regressamos às cavernas.






Sem comentários:

Enviar um comentário

A gerência agradece os vossos comentários