quarta-feira, 3 de abril de 2013

Eu e a moda ao longo dos ultimos 20 anos



O eterno dilema feminino

Começo por dizer que desde pequena que gosto de moda de conhecer as tendências e de apreciar peças bem elaboradas tanto na escolhas dos materiais como nos acabamentos, como nos cortes. Fui criada com costureiras e alfaiates para as senhoras e senhores da casa, e que eu própria fui usando ao longo da minha vida roupas feitas à medida. A roupa devia durar e ser estimada porque não havia assim tanta ao dispor.

Durante a minha adolescência começaram a aparecer as grandes cadeias de lojas de pronto a vestir, entre as quais a pertencentes ao grupo INDITEX e claro que como tudo o que é novidade temos de experimentar e eu embarquei alegre e feliz nas comprinhas e assim se mantiveram as coisas durante os meus 20 anos. 

Quando os 30 chegaram e depois do nascimento do meu filho (altura em que o corpo sofre algumas alterações nem sempre as melhores)  dei por mim a reparar que não gostava a maior parte das coleções que via nas lojas. Nada parecia-me satisfazer-me, era mais do mesmo (é curioso porque a oferta é muitíssimo maior agora do que à 15/20 anos atrás, mas a variedade não é assim tanta) e com uma insatisfação crescente - para piorar tudo a modista tinha deixado de trabalhar na área, porque o negócio decaiu muito e não dava para continuar - andei uns anos à deriva, até que descobri uma loja perto de casa com roupa giríssima com uma boa relação preço/qualidade e ainda por cima só compra em pequenas quantidades de forma a evitar que as clientes andem iguais. Ou seja quando preciso de alguma coisa basta ligar à dona da loja e pedir-lhe o que quero que ela faz-me uma seleção de algumas peças e depois é só escolher. 

Quanto às lojas de grande consumo são usadas com muita ponderação e depois de bem analisadas as diferentes alternativas.

Entretanto também tive outra coisa a meu favor, a costureira que tinha estado afastada voltou a ser requisitada por várias das suas antigas clientes e retomou a sua atividade e há peças que prefiro que seja ela a fazer porque são investimentos de médio longo prazo.

Conclusão há medida que os anos vão passando o gosto vai-se aprimorando, a exigência vai sendo maior e aquelas compras desenfreadas de shopping já não fazem parte da minha vida, até porque a malfadada crise obrigou mesmo a colocar travão ao consumo em grande escala.

Por ultimo ficam aqui algumas dicas que são lidas e ouvidas, mas que nunca são demais:

- Dar uma arrumação ao armário no inicio de cada estação (Agosto e Fevereiro são os meus meses) para ver o que temos e daí analisar o que vamos usar, o que já está gasto, o que já não vamos usar porque está datado e pode ser arrumado noutro lado e o que nos faz falta. Fazer listas para tudo isto.

- No armário não deve estar toda a roupa que possuímos, porque quer se tenha muita ou pouca o que acontece é que existem peças que não vão ser usadas e essas devem ser retiradas para não criar "ruído" e baralhar-nos o cérebro.

-  A roupa deve estar arrumada por tipologia, isto é, vestidos todos juntos, calças todas juntas e por aí fora. É muito mais fácil para fazer escolhas e perde-se menos tempo (agora riam-se  um bocado, se eu vos disser que aprendi esta dica com o meu marido que é o exemplo máximo de arrumação que eu conheço) 

- Periodicamente voltem a olhar para o conteúdo do armário no seu todo, porque há sempre uma tendência para descompor a ordem inicial e é necessário contar quantas camisas brancas temos, quantas calças pretas e de ganga temos, porque há sempre uma tendência para ter um excesso de algumas peças. Eu tenho algumas manias: roupa castanha, camel e preta e carteiras castanhas e camel abundam na minha coleção pessoal e por isso tenho mesmo de ter cuidado e ver e rever quantas peças povoam o roupeiro. 

- Investimentos de médio longo prazo: sobretudos, trench-coat, calças de corte direito (tipo alfaiate), vestido preto, o LBD, camisas brancas e blusas de malha. Devem ser elegidos materiais nobres e cortes intemporais. Também o calçado para o dia a dia deve ser bem escolhido para durar uns anos. 

Atentem sempre no seguinte: aos 20 anos qualquer trapinho nos assenta e basicamente serve para aquela estação, por isso podemos brincar e experimentar muita coisa. Depois dos 30 comecem a investir em peças intemporais e de qualidade que habitem alguns anos no vosso armário. Quer se queira quer não uma mulher é avaliada pelas suas escolhas no que concerne à roupa e isso vai-se sentindo à medida que os anos vão passando, porque por muito bem que a pessoa esteja fisicamente há uma maturidade que deve ser tida em conta. Mas de notar que esta maturidade não quer dizer que tenham de se vestir de forma pesadona e que não possam cometer algumas extravagâncias, mas dentro do razoável se fazem o favor. Com o passar dos anos vão adaptando a roupa à vossa idade e ao vosso corpo e espírito sem terem para isso de se transformarem nuns monos, apenas mais criteriosas e seguras de si e das vantagens que advêm com a idade e que são mais do que muitas.



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